No princípio era a solidão A solidão de Deus
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Onipresença
Carlos
Vazconcelos
A
solidão,
afiada e
intermitente,
manipula
a multidão,
crava-lhe
o dente.
Sutil
espada,
atravessa
o espaço neutro,
à
distância de mil jardas
irrompe o
feltro.
E vai
trotando
na
madrugada erradia,
encontra
corpos dançando
na
fantasia
E outros
corpos
no
crepúsculo do dia
quando a
bebida nos copos
já
principia
E anda ao
relento
nas
avenidas vazias
e sobe
aos apartamentos
cai nas
coxias
E canta
nomes
de um
passado vadio
de tantos
passos insones
do já
tardio
Está em
tudo:
rondando
o quarto e o jazigo,
no bolso
do sobretudo
do homem
rico
E na
casaca
suja e
rota do mendigo
nos
leitos feitos de macas
do velho
abrigo
E forja
insônias
nas
alcovas e salões
mesmo nas
bocas risonhas
há
solidões
Há no
mosteiro
e na cela
do cativeiro
nas
tábuas do picadeiro
no mundo
inteiro
1º lugar no XIV Prêmio Ideal
Clube de Literatura (Prêmio Juvenal Galeno) - 2011-2012
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sexta-feira, 20 de abril de 2012
ONIPRESENÇA (POEMA DE CARLOS VAZCONCELOS)
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