O pensador |
_________________________________________________
POR QUÊ?
— POEMA METAFÍSICO —
Manuel Soares Bulcão Neto
Penso, por que existo?
Gratuito não é viver?
Se o fim é sumir no
infinito,
Então para que nascer?
Sendo o ponto de partida
O mesmo de chegada,
Digam-me pra que é isso:
Uma circular estrada?
Toda esta cacofonia,
Tanto ruído sem sentido…
Não seria o cabal silêncio
Algo mais significativo?
No céu, eões de estrelas
Brilham por que razão
Se tudo será, um dia,
Radiação tênue e fria
Num jazigo de escuridão?
E se a natureza inteira
Descamba para o nadir
Por que ela então se deu
Ao trabalho de existir?
Por que assim é o mundo,
Redundante e complicado?
Em vez de zero rotundo,
Xis menos xis ao quadrado?
A vida é sem Destino.
Mas para que razão de ser
Se beleza, amor e vinho
São motivos pra não morrer?
Nenhum comentário:
Postar um comentário