quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

MEU AMOR: POEMA (MANUEL SOARES BULCÃO NETO)



Meu amor


Manuel Soares Bulcão Neto


Desejo-te.
E sei, mulher vaidosa
— De shopping e convenções —
Que desejas
O meu desejo.

Escondes
Isso de mim?
Por que então me mostras
Que o escondes?

Sabes bem:
Já penetrei tua alma
Pela porta semiaberta
Que me deixaste
— Teu olhar
     Negro e oblíquo.

E dentro
Transformei teu corpo
Num poema hermético
De amor secreto.

Melhor que fosse
Um madrigal
De uma só metáfora
Onomatopaica:

Nosso arfar uníssono
De prazer selvagem.

12/2011

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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  2. Gostei, Bulcão! Engraçado e bem estruturado. Imagine uns cem assim?

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  3. Oi Webston!

    Cem amores platônicos ou cem poemas?

    No primeiro caso, meu apartamento já teria pegado fogo devido ao calor do atrito.

    Na segunda hipótese, certamente ingressaria na Academia de Letras da Estrada de Tanques (Trecho BR 116 - Distrito de Preaoca).

    Abração,
    Manuel Bulcão

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